sábado, janeiro 21, 2012

Curso de Astrofotografia


Astrofotografia ?

Como a própria designação impõe pela sua construção ortográfica (astro+fotografia) significa a técnica subjacente a fotografar os astros.
O que é que isso tem de especial para além da comum técnica de fotografar?
Sobretudo nos tempos que correm, fazer fotografia tornou-se acessível a qualquer um e nunca foi tão fácil como agora a obtenção de imagens. Poder-se-ia mesmo afirmar que o século XX foi o século da imagem.
Do Daguerrótipo em prata de 1839 à mais atualizada tecnologia de sensores CCD e CMOS (acrónimos respectivos de Charge Couple Device e Complementary Metal-Oxide- Semiconductor), foi um percurso imenso realizado num tempo recorde. Uma atividade que impunha técnicas operadas por especialistas, gerou a mais popular e expandida arte. Sim arte, porque o que permaneceu comum foi exactamente isso: ARTE, dado que o resto pertence ao reino sempre obscuro dos fundamentos das tecnologias.
Vamos, por ora, esquecer as complicadas técnicas e afirmar peremptoriamente que fazer astrofotografia é, apesar de tudo, simples e fácil.
Hoje em dia, e no espaço de tempo de uma dúzia de anos as câmaras digitais compactas com sensores CCD e CMOS, ocuparam o amplo mercado dos “gadgets” (geringonça, equipamento…) a preços considerados acessíveis a toda a gente, sobretudo se considerarmos os custos de fazer fotografia com filmes que só depois de revelados nos podiam mostrar a nossa “arte”.
Quando me iniciei na astrofotografia, eram poucas as orientações técnicas e poucos também aqueles que se dedicavam amadoristicamente ao assunto. Implicava sérios fundos de maneio financeiros que permitissem fazer face às incertezas na obtenção de fotografias de qualidade. A técnica utilizada para o “céu profundo”, conhecida como hipersensibilização de películas exigia muito material, conhecimento, técnica e sobretudo tempo disponível. Hipersensibilizar um filme a preto e branco Kodak Technical Pan 2415, poderia levar no mínimo 100 horas, se tudo corresse bem!

Recordar a década de setenta e oitenta do século passado, é o mesmo que falar em sensibilidades máximas ISO de 3600. Hoje, qualquer câmara digital atinge a dezena de milhar de ISO registando facilmente as tonalidades dos gases que compõem as nebulosas, galáxias, caudas de cometas, ejeções solares de massa coronal e até o trânsito de planetas extra-solares.
Com a Astrofotografia, todo um novo mundo de conhecimento se abriu perante o nosso espanto crescente.

Aquilo que pertencia ao reino de especialistas e aos grandes observatórios de alta tecnologia, está agora presente no meu quintal a um custo irrisório. Representa sobretudo o envolvimento do comum dos mortais em projectos de natureza científica e em colaboração Pro-Am (Profissional-Amador).
Se o século XX foi o século da imagem, o século XXI será o da democratização da cultura científica! A Astrofotografia antevê-se como uma das contribuintes.

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